509-E

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Carreira

O grupo foi formado por Dexter e Afro-X, dois jovens pobres, nascidos na Vila Calux, periferia violenta de São Bernardo do Campo, no ABC paulista. Presos e condenados a mais de 10 anos de prisão por terem cometido o crime previsto no artigo 157 (assalto à mão armada) do Código Penal, os dois perceberam que somente o estilo musical que eles já haviam conhecido desse lado da penitenciária, Dexter como integrante do Tribunal Popular e Afro-X como vocal do Suburbanos. Eles se tornaram os porta-vozes de todos aqueles que sofriam encarcerados no Brasil. Justamente por fazer parte do mesmo cotidiano violento cantado nas letras do 509-E, primeiro como mais um sobrevivente da periferia de São Paulo e depois como repórter da editoria de geral de um grande jornal dirigido as classes C, D e E, e por ter conhecido os dois rappers antes do sucesso dos últimos meses. Foi através do selo Só Rap, da gravadora Atração, que o CD de estreia do 509-E, batizado de Provérbios 13, chegou às lojas com 12 faixas, no segundo trimestre de 2000.

Antes disso, eles gravaram a faixa Barril de Pólvora, no disco Brasil 1. Fazendo justiça com as próprias mãos, lançado pelo também ex-bandido carioca e também detento José Carlos dos Reis Encina, mais conhecido no Brasil como Escadinha. Naquela época, dezembro de 1999, a dupla de rappers era chamada pelo nome de Linha de Frente. Além do talento dos dois nos vocais, o time de produtores do Provérbios 13, formado por Mano Brown e Edi Rock (ambos do Racionais MC's), DJ Hum (parceiro de Thaíde) e por MV Bill, serviu para colocar o som em qual uma dessas listas de melhor isso ou aquilo que a gente costuma fazer. Também contaram com o apoio da "Madrinha dos Presos", a atriz Sophia Bisilliat, idealizadora do projeto “Talentos Aprisionados”, uma iniciativa do sistema prisional do Estado de São Paulo. Em agosto, o 509-E foi apresentado ao Brasil, quando disputou com o clipe de "Só os fortes" duas categorias (de melhor vídeo de rap e escolha da audiência) no Video Music Brasil, da MTV. A vitória não veio, mas o espaço dado aos rappers da Detenção, abriu várias portas para Dexter e Afro-X. A consagração aconteceu no dia 14 de novembro de 2000, quando o 509-E levou o prêmio Hutus de grupo revelação do ano. A ida dos rappers paulistas até um teatro no Rio de Janeiro para receber a premiação, com direito a ponte área e tudo, fez até com que a Rede Globo produzisse duas matérias em que falava do trabalho musical de Dexter e Afro-X. O grupo ai estava no seu auge, quando as coisas começaram a piorar. Convocados por um debate na Rede Globo, a dupla ficou visada pelas autoridades por falarem coisas fortes. Tornaram-se inimigos dos policiais principalmente após a rebelião que resultou na extinção do Carandiru. Após esse episódio, o grupo foi proibido de fazer shows na rua.[1] Após um tempo, Afro-X ganhou liberdade e o 509-E lançou seu segundo e último trabalho, MMII DC (2002 Depois de Cristo).[1] Os dois integrantes começaram a se desentender e o grupo terminou em 2003. Sobre o fim do grupo, o rapper Dexter afirmou o seguinte:[1]

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Atualmente, Dexter segue carreira solo e já lançou dois álbuns; Afro-X permaneceu um tempo no rap, afastou-se e voltou novamente, se casou com a cantora Simony,[2] e atualmente é educador.[3]

Em 2009, é lançado um documentário sobre o 509-E, chamado Entre a Luz e a Sombra. Dirigido por Luciana Burlamaqui, ele investiga a violência no brasil a partir da formação da dupla Dexter e Afro-X dentro do Carandiru.[4][5] Lançado nos cinemas no dia 27 de novembro de 2009, em 14 de novembro já recebeu o primeiro prêmio: venceu a 4ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul.[6]

Discografia

Prêmios

Ano Prêmio Categoria Ref
2000 Prêmio Hutúz Revelação [7]

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Ligações externas

Predefinição:509-E Predefinição:Rap no Brasil

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