Djonga
Gustavo Pereira Marques (Belo Horizonte, 4 de junho de 1994), mais conhecido pelo nome artístico Djonga, é um rapper,escritor, historiador e compositor brasileiro. Considerado um dos nomes mais influentes do rap na atualidade, o artista chama a atenção por sua lírica afiada, marginalizada e agressiva e por suas fortes críticas sociais nas letras. A ideia do rapper é mostrar que o hip hop não é uma "música marginalizada", como um dia foi considerado o samba.
Biografia
Djonga nasceu em Belo Horizonte, na Favela do Índio, e cresceu no bairro de São Lucas, Santa Efigênia. Sempre gostou de música e poesia, tendo crescido em uma família muito musical, ouvindo principalmente MPB.
Começou a compor música em 2010 com apenas 16 anos. Sua inspiração veio do funk e do rap nacional, sendo seus primeiros CDs foram do grupo Racionais MCs e de Dogão. “Foi ai que eu comecei a gostar mesmo do ritmo. Além dos raps, tinha os funks proibidões. Depois eu comecei a escutar uns rocks, Cazuza e Barão Vermelho; aí eu vi que queria escrever música", conta o rapper.
Djonga cursou História na Universidade Federal de Ouro Preto até o sétimo período, chegando a quase se formar. No entanto, começou a fazer sucesso como rapper e decidiu seguir a carreira, abandonando a faculdade.
Carreira
2012-2016: Início e Corpo Fechado
Começou a carreira num sarau de poesia, chamado Sarau Vira-Lata. No começo, por volta de 2012, quando estava se formando no Ensino médio, frequentava saraus apenas para ouvir. Foi neste momento que se interessou por fazer poesia. Em seguida, o rapper Hot Apocalypse o convidou pra montar um grupo. Começou, também, a frequentar o estúdio de Chuck, conhecido como Oculto Beats, o qual produziu uma beat que Djonga musicou com uma poesia que escrevera antes, fazendo surgir "Corpo Fechado", seu primeiro single.
Depois de um tempo produziu, junto com o Coyote Beats, um disco chamado “Fechando o Corpo”, com sete faixas. Após o lançamento do EP djonga começou a ser mais reconhecido fora e com isso recebeu uma proposta de DJ Hum para gravar e juntos fizeram a faixa Um Bom Maluco. Com o lançamento, Djonga, aos poucos, foi conquistando espaço na nova cena do rap.
Em 2016, Djonga e Hot criaram o grupo DV Tribo e convocaram os mineiros FBC, Clara Lima, Oreia e Coyote Beats para participar. O grupo conseguiu notoriedade após fazer uma cypher com o selo de Underground hip hopmixtape (Pirâmide Perdida). No mesmo ano, o rapper baiano Baco Exu do Blues chamou Djonga para participar da faixa “Sujismundo”.
Lançou ao lado do rapper Primata, o single "Redenção", tendo feito, após isto, novas parcerias, como a participação na música “Santana 89” da banda de stoner rock autoral, Arqueologia Siderúrgica.
2017–18: Heresia e O Menino que queria ser Deus
No álbum, faz fortes críticas à sociedade e traz mensagens enfatizando o empoderamento negro.O disco foi considerado o melhor do ano na lista da renomada revista Rolling Stone Brasil, e a música destaque, “O mundo é nosso”, que contou com a participação do carioca BK, concorreu ao prêmio Red Bull de melhor faixa de 2017, atingindo o sétimo lugar. Pelo notório trabalho, Djonga também foi indicado para o prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte).
No mesmo dia, em 2018, Djonga lançou seu segundo álbum, intituladoO Menino queria ser Deus, que expõe com uma liríca afiada questões acerca de sua vida pessoal, carreira, questões sociais e raciais. O álbum conta com 10 faixas e participações de rapper como Sant, Karol Conka e Hot, com produção executiva da Ceia Ent., produção de CoyoteBeats e mixagem e masterização de Arthur Luna, o álbum, em sua maioria foi gravado no estúdio Nebula Records. O álbum foi eleito o 6º melhor disco brasileiro de 2018 pela revista Rolling Stone Brasil e um dos 25 melhores álbuns brasileiros do primeiro semestre de 2018 pela Associação Paulista de Críticos de Arte.
2019-20: Ladrão e Histórias da Minha Área
Mantendo sua tradição de lançar álbuns no dia 13 de março, neste mesmo dia, no ano de 2019, Djonga lança o álbum "Ladrão". O conceito, claramente inspirado em Robin Hood, aponta a importância de valorizar suas raízes, e não se esquecer de onde veio; como o próprio Djonga disse através de suas redes, “o tipo de ladrão que busca e traz de volta pras minhas e pros meus”. "Ladrão" reafirma o compromisso do músico em ser uma referência como um dos maiores nomes da cena de Belo Horizonte, e mais do que isso, mostra um artista com visão ampla sobre as questões sociais que cercam o Brasil, especialmente os que estão relacionados ao povo negro.
Em 13 de março de 2020, Djonga lança o álbum "Histórias da Minha Área". Ao falar a respeito do seu novo disco, Djonga disse que contou algumas de suas histórias bem como de amigos próximos, e também disse ter certeza de que os relatos da “sua área” também retratam “áreas do Brasil inteiro”. Neste mesmo ano, em 29 de setembro, Djonga fez história ao se tornar o primeiro brasileiro a ser indicado ao prestigiado BET Hip Hop Awards, premiação musical focada na cultura negra .
Controvérsias
Em dezembro de 2020, durante a alta nos casos de coronavírus na cidade do Rio de Janeiro, Djonga apresentou-se na Vila do João, na zona norte do Rio, vídeos do rapper cantando em meio a multidão, sem máscara e desrespeitando o aconselhamento da Organização Mundial da Saúde repercutiram na internet, isso gerou grande repercussão, o Brasil vive uma crise de saúde por conta da Pandemia de COVID-19|pandemia de coronavírus, e a cidade do Rio de Janeiro em um de seus piores momentos, com cerca de 800 mortes diárias e apenas no estado do Rio de Janeiro mais de 23.430.
O público se dividiu entre apoiadores do Djonga, e críticos severos, a repercussão foi tão intensa que levou o rapper a pronunciar-se por meio do Twitter, que logo foi desativado pelo mesmo.
"O show foi pra galera que só trabalha e se f*** e está exposta a um milhão de merda o tempo todo, e que não teve o direito de parar, acho estranho a favela só poder se f**** e não poder curtir. Se for totalmente inaceitável o que fiz, nada que eu falei vai resolver”. Disse o rapper em sua conta do Twitter.
Uma série de tweets foram publicados por Djonga tentando se defender das duras críticas, após a repercussão o rapper foi ameaçado e recebeu diversas mensagens ofensivas, alguns apontaram racismo ligado a crítica, uma vez que outros artistas como Wesley Safadão que realizou show para mais de quatro mil pessoas em Natal (Rio Grande do Norte), Rio Grande do Norte.
Características Musicais
Influências
Djonga se diz fortemente influenciado pelo funk e pelo samba. “A cultura negra é forte na minha família, então, o samba sempre estava presente nas festas”, lembra ele. “Quando tomei mais consciência do que realmente gostava em relação à música, a que mais me identifiquei por causa da minha geração foi o funk brasileiro. O funk sempre me falou da minha vivência”, justifica.
O rap só veio mais tarde e foi apresentado a Djonga por uma ex-namorada. Djonga cita como influências em sua lista Racionais, Marcelo D2,Cazuza, Mano Brown e Elza Soares.
Discografia
Álbuns de estúdio
EP's
- “Fechando o Corpo” (2015)
Singles
Ano | Canção | Nota | Ref. |
---|---|---|---|
2015 | Corpo Fechado | ||
Exceção | |||
Redenção | |||
O Bom Maluco | |||
2016 | Ge | ||
Poetas no Topo | (Cypher) Pt. Makalister, BK' , Menestrel, Sant, Jxnvs, Slim | ||
2017 | Geminiano | ||
Lupa | (Prod. Velho Beats) | ||
Olho de Tigre | |||
Esquimó | |||
Vazio | |||
Ave Maria | Djonga,Leal e ADL | ||
O Mundo é Nosso | Pt. BK | ||
Corre das Notas | |||
Santa Ceia | |||
2018 | Poesia Acústica #4 -
Todo Mundo Odeia Acústico |
(Cypher) Pt. Bob, MV Bill, Froid, Azzy, Delacruz | [1] |
CORRA | pt. Paige, (Prod. Coyote Beatz). | [2] | |
Me orienta | pt. Mc Rick | ||
ATÍPICO | (Prod. Coyote Beatz) | ||
JUNHO DE 94 | (Prod. Coyote Beatz) | [3] | |
1010 | (Prod. Coyote Beatz) | ||
SOLTO | pt.Hot, (Prod. Coyote Beatz). | ||
UFA | pt. Sidoka e Sant, (Prod. Coyote Beatz) | ||
ETERNO | (Prod. Coyote Beatz) | ||
Favela Vive 3 | (Cypher) pt. ADL, Choice, Menor do Chapa e Negra Li.
(Prod. Índio e Mortão) |
||
A Música da Mãe | (Prod. Coyote Beatz) | ||
Novo álbum | Ladrão (2019) | ||
Novo álbum | Histórias da minha área (2020) |
Prêmios e indicações
!Ano !Prêmio !Categoria !Nomeação !Resultado |- | rowspan="3" |2019 | rowspan="2" |MTV Millennial Awards | Feat. do Ano | "Nossa Que Isso" — WCnoBeat part. Karol Conká,MC Rogê e MC Rebecca | Predefinição:Ind |- | BEAT Br | rowspan="2" | Djonga | Predefinição:Ven |- | Troféu APCA | Artista do Ano | Predefinição:Ven |- | rowspan="3" |2020 | |MTV Millennial Awards | Clipão da Porra | "Eu vou" Participação Hot e Oreia | Predefinição:Ind |- | Beat BR
| Djonga
| Predefinição:Ven |- | BET Hip Hop Awards | Artista Internacional | Predefinição:Pendente |}
Ligações externas
Consultado 04/02/2021
Referência:https://pt.wikipedia.org/wiki/Djonga_(rapper)